08
mar

Mulheres ocupam mais de 200 mil cargos no Setor

Historicamente o setor da construção civil foi ocupado por homens. Porém, o cenário vem mudando, especialmente nas últimas duas décadas. As mulheres têm conquistado espaço e estão cada vez mais presentes na concepção de empreendimentos, seja ocupando cargos de liderança, em posições de gestão, como também no canteiro de obras, literalmente “colocando a mão na massa” em cargos operacionais em meio a andaimes, tijolos, concreto e areia.

Segundo dados do Ministério do Trabalho, a presença feminina na construção civil em postos de trabalho formal passou de 22,5% em 1995, para 31,1% em 2015. Um dos fatores que contribuíram para elevar o percentual foi o boom na indústria da construção nos últimos anos, despertando o interesse de mulheres para qualificarem-se em ocupações do setor. Estima-se que, atualmente, cerca de 200 mil mulheres atuam no setor da construção civil, de maneira formal e autônoma.

Benefícios da mulher na Construção Civil

O cenário atual traz uma série de fatores positivos para a construção civil, pois a inserção das mulheres no setor contribui para diversificar os perfis profissionais, proporcionando um novo olhar e novas formas de conduzir e se relacionar com o trabalho. Um exemplo disso é que as mulheres têm sido mais requisitas do que os homens para atividades que exigem maior paciência e precisão, como acabamento e pintura, pelo fato de demonstrarem maior cuidado estético, com foco nos detalhes.

Outra questão é que, devido aos avanços tecnológicos nos canteiros de obras, a força física deixou de ser o principal atributo para conseguir desempenhar bem as funções. Agora, a prioridade é a qualificação profissional. Por isso, o aumento no número de cursos de qualificação têm sido peça-chave para a inserção de mulheres no mercado da construção.

O Projeto Mão na Massa, do Rio de Janeiro, é um exemplo de iniciativa que capacita mulheres para trabalhar na construção civil. Desde 2007, milhares de mulheres já passaram pelo programa e se formaram em cursos técnicos que formam pedreiras, carpinteiras, encanadoras, eletricistas e pintoras. São 400 horas de formação e não há custo financeiro para as alunas.

Nas universidades brasileiras as notícias também são positivas. Segundo dados do Confea e Censo da Educação Superior, nos cursos de engenharia civil, por exemplo, em 2005 apenas 20,5% das matrículas eram feitas por mulheres, já em 2015 esse percentual chegou a 30,3%. Por isso tem sido cada vez mais comum deparar-se com engenheiras civis à frente da construção de empreendimentos.

Conheça o Projeto de Lei que incentiva vagas para mulheres

Em maio deste ano, o Projeto de Lei (PL) 447/15, que propõe a reserva mínima de 5% de vagas para mulheres na construção civil em editais de licitação e contratos diretos para obras públicas, recebeu parecer favorável em 1º turno da Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A medida vale por enquanto apenas para o Estado de Minas Gerais e visa ampliar ainda mais a participação feminina no setor.

O relator do projeto defendeu que isso pode contribuir, inclusive, para solucionar o problema de falta de mão de obra qualificada no segmento. Um dos parágrafos do texto do PL expõe que a medida abrange somente os cargos relacionados à área operacional, não envolvendo cargos voltados para limpeza ou administrativos. O PL está em discussão desde 2015 e, atualmente, está aguardando parecer da Comissão de Direitos Humanos.

Gostou das informações de hoje? Elas deixam evidentes que as mulheres têm demonstrado com maestria o quanto podem contribuir e fazer a diferença no setor. Se você quer ficar por dentro de vários outros assuntos, tendências e curiosidades que envolvem o setor da construção civil, ou a cadeia produtiva como um todo,  é importante acompanhar periodicamente as mídias que publicam notícias ​exclusivas sobre​ ​o setor. Conhece mulheres que fazem a diferença na Construção Civil? Comente aqui para que possamos entrevistá-la.